19 de abril de 2024
Veículos

Férias na minivan: um “reality-test-drive” com a Spin LTZ 2019

Nos meus tempos de escola fundamental, era uma espécie de tradição do início do ano letivo que a professora pedisse aos seus alunos que escrevessem uma redação (ou, terror dos terrores, fossem lá na frente e falar “ao vivo” para ela e os coleguinhas) sobre como tinham sido as nossas férias. “Minhas férias adoráveis” era o um título-mote-chavão para o tal relato, Isso deixava experiências não tão adoráveis de fora ou, quem sabe, nos forçava a enxergar pontos positivos naqueles meses mesmo que um ou outro aluno menos afortunado tivesse passado o verão todo em um apartamento diante de uma TV em preto e branco. Pois bem, os oito dias que passamos, eu e minha família, em companhia dessa Chevrolet Spin LTZ 2019 aí, estrela deste post e do vídeo que produzimos para a TV Rebimboca (acima), dariam uma redação bem fácil de escrever.

Como não faz muito tempo mostrei aqui uma avaliação uma outra versão da Spin 2019, a Active, em texto e vídeo, não vou me preocupar em contextualizar ou falar muito dos aspectos técnicos, certo? Você vai encontrar o post e o vídeo nestes links e, neles, falo mais dessa parte. Aqui, me concentro mais nas partes “sensorial e emocional” do test-drive.

Peguei a Spin LTZ na concessionária pouco antes do réveillon e rodei com ela uns dois dias pelo trânsito do Rio. Depois, com a família e alguns agregados a bordo, parti para um pequeno recesso. Nossa primeira parada, de três dias, foi em Guapimirim. Da capital até lá, pegamos uma boa estrada plana, com algum engarrafamento, e muita tralha a bordo. Éramos cinco adultos – e um jabuti. Compartilho com vocês parte dessas paisagens e passagens nas fotos, também.

Com a terceira fileira de bancos recolhida, o espaço para a bagagem era farto – apesar dos muitos litros roubados pelos bancos dobrados no porta-malas. O conforto era bom. Três galalaus (acima) no assento traseiro viajaram sem reclamar, embora o carro não seja lá tão largo assim.

De Guapi partimos apenas três – os amigos da caçula retornaram de lá para o Rio –, subindo a serra. Primeiro, até Teresópolis, com um grande trecho íngreme de mão-dupla, felizmente com boa parte dele já contando com uma terceira faixa à direita, por onde os veículos mais lentos, especialmente caminhões, podem seguir liberando a ultrapassagem segura aos demais. De Terê, peguei a linda, estreita e muito sinuosa estrada para Itaipava,

A Spin com seu motor 1.8 e câmbio automático de seis marchas (veja a ficha técnica no final do texto) deu conta do recado sem maiores problemas. A posição de dirigir não é, mesmo, das mais estimulantes, mas também não cansa nem exige movimentos mas complicados. Tudo o que é necessário e os (poucos) luxos disponíveis estão ao alcance das mãos e dos olhos. Emoção? Nenhuma. Afinal de contas, trata-se de uma minivan, sem mais remoto traço de impetuosidade. Mas, dirigindo dentro do que recomenda o bom senso – e respeitando o que indicam as placas da estrada –, viajamos com a rapidez que se esperava, sem cansaço e, principalmente, sem que ninguém a bordo (nem mesmo o jabuti) ficasse enjoado. Algo digno de nota, especialmente para a minha co-piloto, que não tem lembranças muito agradáveis daquelas curvas todas.

Surge um trecho de estrada mais rápida – a boa BR-040, com pistas duplas e bom traçado – e mantemos a velocidade máxima permitida de 110 km/h sem grandes esforços. O câmbio joga as marchas para baixo e para cima com muita suavidade e o rodar é bem macio. Consumo até aqui: média de 9,5 km/litro de gasolina.

Passamos dias adoráveis e começamos o ano novo em Araras, na casa de amigos queridos. Passeamos com eles e sua mascotinha, a espevitada cadelinha Conca por dentro do condomínio – éramos, então, cinco adultos no carro, usando a terceira fila só de farra. Ladeiras íngremes exigiram giros mais altos do motor e um rugido algo mal-humorado do motor, mas nada que chegasse a incomodar.

Na volta para o Rio, resgatei nosso filho mais velho, sua namorada e um amigo dele nas vizinhanças e descemos a serra em seis na Spin. Para aproveitar melhor o espaço e acomodar todas as bagagens, resolvi dobrar um dos bancos da fileira intermediária, colocando ali, presas com esticadores, parte das inúmeras tralhas. Isso porque, com os dois assentos da terceira fileira em uso, o que sobra no porta-malas é pouco. Mas, aperta daqui, espreme dali, deu tudo certo e, tirando as (poucas) queixas do casalzinho que foi lá atrás. Viemos bem.

Ainda rodei mais dois dias com o carro no trânsito do Rio, antes de devolvê-lo à concessionária. A média acumulada de consumo total ficou em 10,5 km/litro de gasolina. Levando em conta a quantidade de gente e de tralhas que ela carregou, as serras e engarrafamentos, se não foi econômica, também não chegou a ser beberrona. Vale lembrar que, no momento, não há mais nenhuma outra minivan 0 km a venda no Brasil. E ela é também o veículo de sete lugares mais barato que se pode comprar atualmente por aqui – os outros são SUVs, todos bem acima dos R$ 100 mil.

Resumo da ópera

No final das contas, acho que o ponto alto dessa Spin é o que você pode fazer com ele. Como carro, ela é simples, cheia de plásticos, despretensiosa, quase sem graça. O grande barato são as até sete pessoas que podem viajar dentro dela, os lugares onde você pode ir com elas – com ótimos espaço e conforto e sem aborrecimentos ou complicações – e as lembranças desses momentos que traz de volta na bagagem.

Fonte: Blog Rebimboca

Henrique Koifman

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

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