Chove no Pantanal. Finalmente. Houve algumas notícias precipitadas na manhã de sábado. Mas agora já se veem imagens da chuva por lá.
O general Ramos postou uma foto da chuva e disse a atribuiu à ajuda divina a passagem de Bolsonaro pelo Mato Grosso, como se os dois temas fossem entrelaçados. Deus tomou uma providência para mostrar que está com Bolsonaro.
É uma conversa que aproxima os generais dos pastores, atribuindo milagres aqui e ali e tentando se aproveitar deles. A chuva estava prevista para este fim de semana. Bolsonaro sabia disso, o próprio Salles disse que estava contando com ela, para justificar sua passividade.
Chove também no Rio. Aqui também não há milagres. O Globo publica matéria mostrando que, nos últimos 20 anos, foram desviados pouco mais de R$6 bilhões dos cofres do estado.
Não estamos contando a roubalheira municipal ou federal. Isto, certamente, aumentaria em muito a soma do desvio.
Creio que a falsa sensação de abundância que o petróleo despertou é uma das causas dessa roubalheira continuada. Enquanto em outros países como a Noruega, o petróleo é visto como uma espécie de pulo do gato para novos rumos na economia, aqui ele foi um pouco a maldição que lhe atribuem.
Não só pelo roubo continuado mas também pela falta de projetos que pudessem usar esse dinheiro para estimular os novos rumos da economia.
Não há desculpa para a crise do Rio que não possa ser explicada pelos erros da elite e também da sociedade que escolheu.
Nos Estados Unidos o grande debate pre eleitoral é preencher ou não o lugar de Ruth Ginsburg. Trump quer indicar logo mas o lógico seria esperar o resultado das eleições que estão chegando.
A passagem de Mark Pompeo por Roraima foi uma tentativa de ajudar Trump nas eleições americanas, seduzindo o eleitorado latino, sobretudo da Flórida. Lá há muitos cubanos e também venezuelanos.
Os ex-ministros de relações exteriores protestaram. O Brasil deveria ter sua política crítica em relação à Venezuela, mas não deveria emprestar seu território para usar o tema como campanha eleitoral.
Os americanos prometem investir US$30 milhões na Operação Acolhida, que recebe venezuelanos em Roraima. A Operação trabalha bem, pelo que constatei pessoalmente, mas já gastamos também muito dinheiro com ela. Os americanos sabem que a maioria dos venezuelanos querem se deslocar para os EUA.
Sua presença no Brasil é uma forma de evitar que partam para lá.
No final das contas, acho que nossa ajuda aos EUA é maior do que a deles, nesse momento.
Vamos ver o desfecho de tudo isso. As eleições estão chegando e ninguém pode cravar com certeza o que acontecerá nos EUA. Qualquer resultado terá importância na política brasileira.
Fonte: Blog do Gabeira