20 de abril de 2024
Colunistas Erika Bento

Mudanças e mais mudanças 

Foto: Arquivo Google – The Blast
A vida anda agitada por aqui, no Reino Unido. Parece que a tempestade Ciara tem trazido mais do que vento, chuva, neve e frio. Com ela, vieram a Megexit, o Brexit, o coronavírus e agora, o Secretário de Finança da Escócia assediando um adolescente; Tem sido uma tempestade atrás da outra. Quanto babado!

Megexit já é assunto requentado, mas pra falar a verdade, acho que vai tarde. Não que eu tenha algo contra o Duque e a Duquesa de Sussex. Muito pelo contrário. Acho um casal pra lá de genial. Muito se fala sobre o gênio da Meghan Markle, mas eu não a conheço, não convivo com a realeza (uma pena) portanto, nada posso acrescentar nada a este aspecto. O que tenho lido e ouvido por aqui é um grande barulho por quase nada. Os tradicionais ficam chocados, o que é esperado, mas a maioria, não se importa muito com o que acontece atrás dos portões do Castelo de Windsor.

Não me espanta o fato de o casamento entre Harry e Meghan não ter sido um mar de rosas. Nenhum casamento é. O que me surpreende é o fato de Harry ter aceitado o ultimato de Meghan. Pelo menos é assim que vejo a situação. Ela aceitou os termos da família real quando embarcou nessa de ser princesa.

Por fim, o choque cultural foi maior do que o amor dos pombinhos. Era a vez de Meghan dar as cartas, e ela pôs as ditas cujas na mesa. Para mim, isso tudo mostra duas coisas: a fibra dela e a coragem dele. Palmas para o casal. Menos dinheiro público vai ser gasto com eles (que, convenhamos, ambos têm fonte de renda suficiente para não precisar do dinheiro da família real), e uma grande dor de cabeça para o Canadá, que ainda não faz ideia de como vai garantir a segunda dos ilustres moradores (sim, quando qualquer diplomata visita outro país, é o território visitado que fornece a segurança. Imagine quando o assunto é o membro de uma família real!
Visitar é uma coisa, passar seis meses por ano, é outra. Aliás, se eles ficarem mais do que isso, vão ter que solicitar um visto de permanência como qualquer mortal. Bem, não exatamente como qualquer outro mortal, claro. Se bem que o que Harry sempre quis foi fugir da fama e dos jornalistas que fizeram a vida dele um inferno, mais do que o do irmão William.

Enquanto William, o filho mais velho de Diana, foi adestrado para seguir as ordens da realeza (até porque, por ser o primogênito, ele é o herdeiro do trono), Harry, que atualmente é o sexto na linha de sucessão (e a cada filho homem que William tem, diminui ainda mais as chances de Harry subir), seguiu fugindo às regras e só encontrou um sentido na vida quando se juntou ao exército e, mais recentemente, ao se juntar à Meghan. Polêmica racial à parte (e mais um zilhão de outros fatores que geraram todos os tipos de comentários), o casamento deu novamente um sentido de recomeço ao jovem Duque e, espero de coração, que ele seja feliz. Longe dos paparazzi o mais que puder!

Quanto ao Brexit, finalmente tivemos uma conclusão. Ou quase isso. O Reino Unido e a Europa ainda estão estudando os termos dessa separação.

Já estão morando em casas separadas, mas ainda não assinaram a divisão dos bens ou a pensão alimentícia. Isso vai ser concluído até o final de dezembro deste ano. Enquanto isso, nada muda para nós europeus.
Houve um ou outro comentário de baixo gosto, obviamente. Um condomínio fixou um cartaz na recepção dizendo “Feliz primeiro dia do Brexit. A partir de agora, só se fala inglês neste edifício e nos apartamentos”. Estupidez de gente que não tem ideia de que o Brexit não é sinônimo de desrespeito à diversidade cultural. Não por enquanto, pelo menos.

O Reino Unido em breve, vai ser soberano em suas decisões legislativas internas. É como se você passasse de inquilino para dono da própria casa. Quais serão as novas regras, ainda é um mistério. Pelo menos, já chegaram em um acordo quanto a fronteira da Irlanda (metade da Irlanda é do Reino Unido e outra metade da Europa; é como atravessar a rua né estar em outro país). Não haverá um controle na fronteira para evitar os confrontos vistos no passado.

O que mais? Ah, o coronavírus já deu as caras na Inglaterra, mas ficou só na cara mesmo. Com o tratamento adequado, não existe risco de morte. Ninguém surtou ainda por causa disso. As medidas têm sido tomadas, mesmo que paliativas. Educando o povo e dando o exemplo.

Onde eu trabalho, sempre teve álcool gel pra todo lado. Agora, instalaram três suportes de dosadores móveis bem na entrada do prédio. E não é que a maioria, assim que entra, vai direito desinfetar as mãos!? Até porque fica feio, né. É isso ou desviar do suporte na frente de todo mundo. Mais ou menos como fazer xixi em banheiro público e sair sem lavar as mãos. O companheiro de xixi vai pensar o que de você, não é mesmo?

Bom, e pra concluir, temos o secretário de finanças escocês, Derek Mackay (ele totalmente destruiu a imagem dos “Dereks” nas minhas fantasias, mas isso fica para outra coluna), foi flagrado mandando mensagens impróprias para um garoto de 16 anos.
Mackey, que tem 42 anos, havia assumido ser gay em 2013 quando se separou da esposa. Até aí, nada demais, mas quando ele se interessou pelo garoto (que é jogador de rugby) e começou a seguir as postagens dele no Facebook e Instagram, começaram também as mensagens de flerte.

Em nada menos de 270 mensagens, Mackay dizia o quanto o menino era uma graça, elogiava as suas fotos e coisas só gênero. Mesmo quando o menino disse que tinha 16 anos, Mackay não se sentiu intimidado.

Quando foi descoberto, Mackay pediu demissão. Ele, que havia sido cotado para ser o próximo primeiro-ministro da Escócia,  ainda pode se candidatar ao plenário escocês, mas duvido que vai ser eleito um dia… será?

Bem, acho que é só isso por hoje. Acabei de ler um livro fantástico, A Paciente Silenciosa, de Alex Michaelides, caso você esteja procurando algo para se distrair.

Até mais, queridos leitores. Logo volto com mais novidades regadas a um bom chá inglês.

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