28 de março de 2024
Adriano de Aquino

A "zelite" deste país

Charge do Sponholz

A ‘zelite’ desse país é digna de um capítulo especial na enciclopédia das decrepitudes históricas.
Do descobrimento à monarquia, da monarquia à república, passando por várias modalidades de golpes praticados pelas ‘zelites’ intercambiáveis em trajes de monarcas, generais, professores de sociologia/filosofia, de bota e chicote ou macacão de metalúrgico jamais sequer tangenciaram e lutaram por um regime realmente democrático. Muito menos entendem o que é livre mercado ou experimentaram o liberalismo nas formas política e econômica.
De capitalismo só conhecem a formula do capitalismo Estatal que historicamente exercem. Centralidade e tutela estatal sobre todas as atividades da vida social é a única experiência concreta que os gestores brasileiros experimentaram na história e na presente vida política do país.
Todavia, a zelite intelectual não mede esforços para se posicionar da maneira ridícula sobre modelos ideológicos, regimes políticos e econômicos que foram experimentados em outros países.
Em um ambiente claustrofóbico, tão fechado às ideias, não surpreende que os ‘teóricos’ nativos teçam suas teses sobre a égide do ‘neo’.
Na origem grega ‘NEO’ significava NOVO, ATUALIZADO.
No Brasil o termo ganhou um significado bizarro mais próximo de ‘QUASE’.
Faz sentido! Na cultura política nativa NOVO é o mesmo que QUASE.
Sem jamais ter experimentado o liberalismo econômico ou político os intelectuais nativos criticam o modelo inserindo o termo ‘neo’ para divagarem irresponsavelmente sobre o que nunca vivenciaram e que desejam excluir ad eternum da perspectiva política nacional .
Progressistas do setor econômico ousam um ‘salto de etapa’ e sentam o pau no capitalismo que eles veem escondido no neoliberalismo e fracassam repetidamente quando executam suas desastrosas políticas sociais.
A militância progressista – desinformada e midiática- enche o pulmão para berrar contra seus adversários os taxando de ‘neo’ fascistas por pura fanfarronice.
Até gente da cúpula do judiciário brasileiro, que em toda trajetória histórica praticou uma justiça seletiva, desigual, pactuada com o poder econômico e político, se sente à vontade para acusar pessoas que trabalham exaustivamente para reverter o ‘quase’ perpétuo nacional em JUSTIÇA IGUAL PARA TODOS, são atacados com as armas da ignorância.
Gilmar Mendes, que não tem pudor algum em relação aos valores de uma sociedade, se sente como pinto no lixo para julgar a Lava Jato como fascistóide.
O ‘quase’ é o ponto dentro da curva que sinaliza a inércia como sinônimo de segurança jurídica e o melhor caminho para manter o país no passado.
É urgente que se adeque o vocabulário desvinculando o que é NOVO do QUASE de sempre.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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