28 de março de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

Spy x Spy


Não ouso desafiar os comentários dos analistas internacionais da grande mídia nativa e dos antenados cientistas políticos do Facebook sobre a escalada das tensões entre EUA/Irã.
Em matéria de alta complexidade prefiro pegar a tangente “hitchcoquiana” do que me embaralhar nas teias kafkanianas.
Desautorizado pelo mestre inglês do suspense, ousei tecer uma trama ‘spy’ em que o personagem central não é nem o general morto e nem os estrategistas do Pentágono, mas, a ex-oficial de inteligência da Força Aérea norte-americana, Monica Witt.
Em 2013 Monica desertou e se refugiou no Irã levando junto uma pasta ‘Top Secret’ cheia de nomes e referências específicas de autoridades e agentes norte-americanos em missões de inteligência no exterior.
Os agentes americanos sabiam que os agentes iranianos investigavam autoridades americanas no exterior como possíveis alvos de assassinatos.
As autoridades americanas se esforçaram para impedir o que acreditavam ser uma sequência de planos iminentes das autoridades de inteligência iranianas de realizar “assassinatos direcionados” a funcionários secretos do Departamento de Defesa na Europa, seguindo o ‘fichário’ da Monica Witt.
O estoque de nomes fornecidos por Witt provavelmente ampliou os alvos do Iran. Para amenizar o risco, setores da inteligência americana remanejaram agentes a fim de neutralizar qualquer informação fornecida por Witt tornando-a, operacionalmente, obsoleta.
Mas isso não impede que os iranianos a perguntem, como colaboradora, sobre a importância de um ‘alvo’ no contexto do sistema de defesa norte-americano.
Wise, ex-vice-diretor da Agência de Inteligência de Defesa disse que “Ela pode fornecer coisas de alto valor para eles.”
Suleimani, era uma peça móvel no tabuleiro de ações clandestinas que davam ao Irã maior capacidade de infligir repetidas grandes perdas aos alvos americanos.

Com a vantagem de que, municiado de ‘infos’ fornecidos pela inteligência iraniana, Suleimani agia camufladamente, não expondo o governo do Irã na galeria de tiro das nações aliadas do Ocidente, Israel e Arábia Saudita.
Por esse e outros motivos o Pentágono direcionou um ataque total contra o líder da guarda revolucionária iraniana.

Fim do roteiro.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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