29 de março de 2024
Adriano de Aquino

Dormem os guardiões da Constituição

Foto: Arquivo Google – Anajure

Durante longos anos os ‘guardiões’ da Constituição dormiram em serviço.
Nesse tempo, os gritos e a revolta dos presos condenados em primeira e segunda instâncias, sem recursos financeiros para atrair o interesse dos adEvogados caros, com trânsito livre nas cortes superiores, não foram estridentes o bastante para despertar os ministros da letargia.
Mas, o que a ética jurídica e o cuidado com o povo e a nação, não teve poder para fazer, um esguicho da Lava Jato fez.
Despertou a ministrada e os colocou em prontidão.
Os pobres presos, sem perspectiva viável de verem seus processos transitarem em julgado, permanecerão na mesma condição de sempre.
Para esses nada muda!
Afinal, o sono dos ministros é valioso demais para ser violado pela gritaria dos condenados pé de chinelo.
Supremos só podem ser despertados pela prosa ao pé do ouvido de influentes e ricos adEvogados, a serviço dos nababos que, de cinco anos para cá, foram pegos metendo a mão,roubando descaradamente o dinheiro público.
Inclusive os precários recursos do povo pobre que vê seus filhos e parentes presos.
De alto a baixo, em todos os patamares da sociedade, têm-se a clara consciência de que assim que a manobra dos togados supremos obtiver êxito, os portões das carceragens especiais, onde criminosos do ‘colarinho branco’ estão sob custódia do Estado, serão escancarados.
Para esses tudo muda!
Eles ganharão a liberdade e mais adiante terão restituídos seus direitos políticos,fortuna e privilégios.
As centenas de milhares de presos pobres continuarão na mesma situação que antes se encontravam.
E entendível que a Lava Jato tenha alcançado elevado prestígio no seio da sociedade brasileira e em diversos países do mundo.
Porém, na mesma proporção, a Lava Jato deflagrou a ira dos poderosos.
Isso explica a insônia e a agitação dos ministros.
A ‘mobilização’ dos togados teve início há dois anos, quando políticos e empresários corruptos e poderosos intimaram os ministros a mudar de posição sobre prisão após decisão de segunda instância.
Desde então os ministros empenhados na jogada passaram a dormir de olhos abertos.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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