18 de abril de 2024
Adriano de Aquino

Chico Anysio

Imagem: Arquivo Google – Bauru TV
Chico Anysio é um artista que brilhará por longo tempo na constelação dos grandes críticos visionários da sociedade brasileira.
Coloco-o, junto a Nelson Rodrigues, na rara categoria dos artistas que vararam a ciência política e a antropologia, com magistral criatividade.

Os dois criaram personagens ‘imortais’, identificáveis como espécie em meio à sociedade brasileira.

Para mim, os dois, são destacados antropólogos da cultura urbana de classe média, de ricos artistas, militantes e intelectuais nativos bem nascidos (sic), amamentados pela ideologia televisiva de massas, expressada na verve da militância tresloucada que ‘vive’ para e pelas causas sentimentalistas, sem qualquer vinculação com a realidade,a lógica e a razão.

Hoje, ao receber inúmeras manifestações solicitando meu apoio a luta de Evo Morales pela democracia e contra o ‘golpe’ na Bolívia, via e-mail, WhatsApp, sites de ativismo, postagens no Twitter etc, minha memória vagou no tempo.

Para determinados setores da sociedade brasileira o passado é sinônimo de Eternidade.
Para essa espécie, “golpe” é uma classificação recorrente a ser etiquetada em qualquer pessoa que se oponha  à tirania e, sobretudo, à ditaduras camufladas de democracia.
Os personagens criados por Chico Anysio têm tamanho poder existencial que adquiriram vida própria.
Muitos deles ainda sobrevivem – de algum modo –  em meio a nós.
Ao ler as mensagens a favor do Evo Morales e contra o ‘golpe’ na democracia boliviana, imaginei terem sido postadas pelos milhares de filhos da numerosa prole inseminada pelo Washington, nascidos da suas transas sexuais de viés sub-ideológico, com as meninas ativistas universitárias  dos anos 70/80 do século passado.
Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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